Aqui é contada a história do Galaxie, 500, LTD e Landau de uma forma como você nunca viu. Com uma perspectiva de um apaixonado pelo carro desde 1998 que se formou Engenheiro Mecânico pelo seu amor ao carro e desde 2007 trabalha dentro da indústria automobilística.

Placa Preta ou Treta? Placa MAFIA!

CNGº 2 - LTD 1980 - Verde Itapeva Metálico


Quantas discussões já aconteceram por causa dela? Inúmeras, fato que é uma máfia. Porque digo isso?
Antes de ir aos fatos, vou dizer como funciona aqui nos Estados Unidos, no estado de Michigan onde nasceu e se vive o auto/antigomobilismo:
  • Veículo possuir mais de 26 anos
  • Possuído apenas como item de colecionador
  • Usado apenas para eventos, encontros e exposições
  • Não ser usados no dia a dia (com exceção no mês de agosto onde sua circulação é livre)
  • Pagamento da taxa de 35 dólares para licenciamento/emplacamento

Os benefícios da placa de colecionador aqui são a isenção do IPVA e um seguro obrigatório bem barato, isenção da adequação do veículo as leis vigentes de segurança, e você solicita ela diretamente no “Detran” sem apresentação ou vistorias, simplesmente com o documento do carro.
Agora vamos para o Brasil e para os fatos:

O que fala a lei no Brasil: 

Art. 1º São considerados veículos de coleção aqueles que atenderem, cumulativamente, aos
seguintes requisitos:
I – ter sido fabricado há mais de trinta anos; (redação dada pela Resolução nº 127/01)
II - conservar suas características originais de fabricação; 
III - integrar uma coleção;
IV - apresentar Certificado de Originalidade, reconhecido pelo Departamento Nacional de Trânsito
- DENATRAN.
§ 1º O Certificado de Originalidade de que trata o inciso IV deste artigo atestará as condições estabelecidas nos seus incisos I a III e será expedido por entidade credenciada e reconhecida pelo DENATRAN de acordo com o modelo Anexo, sendo o documento necessário para o registro.
§ 2º A entidade de que trata o parágrafo anterior será pessoa jurídica, sem fins lucrativos, e instituída para a promoção da conservação de automóveis antigos e para a divulgação dessa atividade cultural, de comprovada atuação nesse setor, respondendo pela legitimidade do Certificado que expedir.
§ 3º O Certificado de Originalidade, expedido conforme modelo constante do Anexo desta Resolução, é documento necessário para o registro de veículo de coleção no órgão de trânsito.
Art. 2º O disposto nos artigos 104 e 105 do Código de Trânsito Brasileiro não se aplica aos veículos de coleção.
Art. 3º Os veículos de coleção serão identificados por placas dianteira e traseira, neles afixadas, de acordo com os procedimentos técnicos e operacionais estabelecidos pela Resolução 45/98 - CONTRAN.
Art. 4º As cores das placas de que trata o artigo anterior serão em fundo preto e caracteres cinza.
Art. 5º Fica revogada a Resolução 771/93 do CONTRAN.
Art. 6º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Agora vamos aos fatos:
I – A primeira lei falava em 20 anos e foi alterada pela resolução 127 de 2001, por isso é comum aparecer um carro com menos de 30 anos, por jurisprudência ela é emitida, basta ter algum amigo juiz.

II - vamos lá, onde está escrito que tem que ter 80 pontos? A lei é clara e fala que o carro tem que conservar suas características originais. Se esses 80% realmente existissem eles mostram que quem os fez foi a máfia que não entende absolutamente nada de carro, mas eu posso ajudar, um carro possui cerca de 1800 peças (contando motor como uma peça, e a transmissão como outra, e assim com outras grandes peças. Se quisermos ir ao nível de parafuso, então um carro pode ter até 30000 peças), ou seja, das 1800 cerca de 360 peças do carro poderiam ser trocadas e ainda conservar os 80% de Originalidade.
Outro ponto interessante são os itens excludentes, onde está na lei que se um carro não tiver seu sistema elétrico 12V original ele não pode ter o certificado? Onde está escrito que o carro não pode ter insulfilm sendo que ele foi inventado em 1966 e antes disso os vidros eram pintados e essa moda ficou popular nos Estados Unidos logo após a 2ª. guerra mundial (1945). Aí vêm a máfia, máfia essa que condena um cara que vende uma placa “treta” como eles mesmo chamam, mas a própria FBVA também faz a “treta” inventando o que deve ser original sem ter um conhecimento real de como era a produção de carros ou dos anos em que os acessórios foram inventados e o pior, determinando como deve ser o carro das pessoas, sendo que o mais importante é simplesmente desprezado: 
“UM CARRO ANTIGO RODANDO NAS RUAS”
Fato que essa placa serve para duas coisas hoje, alimentar o EGO de alguns proprietários que criticam aqueles que têm um carro modificado ao seu gosto (por pior que seja, o carro tem que fazer o dono feliz não as outras pessoas ou clubes). E a segunda finalidade é para inflacionar o mercado com auxílio dos infelizes que vendem sentimento ao achar que por ter a placa ele vale mais, se ele vale mais pra você NÃO VENDA!, nenhum dos meus carros estão a venda e nem estarão.

III - integrar uma coleção;  essa parte é que os clubes se prendem, pois eles acolhem o carro de terceiros para sua coleção, o fato é que a definição de Coleção é a reunião ou conjunto de objetos, ou seja uma pessoa qualquer que tenha 2 veículos antigos poderia chamar de coleção, sendo que nem precisariam ser dois antigos. “Eu tenho uma coleção de carros, um carro novo e um antigo” por exemplo.
IV - apresentar Certificado de Originalidade, reconhecido pelo Departamento Nacional de Trânsito
Aqui é a segunda parte onde os clubes se prendem, porém, o parágrafo segundo da lei diz que a entidade que emitirá o certificado deve ser uma pessoa jurídica e sem fins lucrativos que o intuito seja preservar os antigos. Entendi, aí quando eles negam, eles obrigam um veículo a se adequar as leis vigentes de segurança (que é mencionada no artigo segundo do 3 parágrafo sobre os artigos 104 e 105) eles não estão fazendo o que supostamente deveriam conservar. Ah, e se é sem fins lucrativos porque a vistoria é tão cara? Enfim não vou entrar nesse mérito pois já comprei muita briga de graça e estou comprando mais uma com esse post.

Eu sou Galaxeiro, AMO o Galaxie, seja ele original de plaqueta (meu número 2 do CNG e o número 393) ou completamente modificado assim como o primeiro carro do CNG, meu Landau 1983 Cinza Granito que hoje têm uma peça de cada um dos Galaxies que eu já tive na vida e que vendi um pouco antes de me casar (transmissão e diferencial manual de um Landau 77, motor álcool de um Landau 81, grade do 500 de um 1979 entre outras coisas). Para quem não acompanhou a saga do último Landau com a FBVA basta clicar aqui.

CNGº 1 - Landau 1983
CNGº1 - Landau 1983 - Cinza Granito, Gasolina, Automático - Produzido em 23 de Dezembro de 1982
CNGº2 - LTD 1980 - Verde Itapeva, Gasolina, Automático - Produzido em 10 de Dezembro de 1979


O CNG foi criado com esse pensamento, preservar, contabilizar os carros que ainda rodam sem e incentivar aos proprietários manterem viva essa paixão,e o CNG não têm NENHUMA DESCRIMINAÇÃO, AMAMOS TODOS OS GALAXIES!!!!
Cadastros número, 1, 2 e 3 do CNG

Cadastro nº 2 e o 393


Um Galaxie abraço!!

Comentários

  1. Concordo plenamente, nem ligo, sinceramente, pra placa preta. É um detalhe, apenas. O que vale é o proprietário do veículo (se antigo 100%, 80%, 20% ou 0% original) se divertir com ele, detalhes são apenas detalhes. Meu antigo Volks sedã 1977 jamais passaria pelo crivo de uma vistoria de originalidade, mas eu me divertia com o carrinho. Prefiro, é claro, o original, mas é gosto pessoal, apenas. Importante é preservar de acordo com as suas possibilidades, necessidades e gostos pessoais.

    Parabéns pelo blog, excelente, e a iniciativa de fazer o CNG.

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  2. Cobrar R$1200,00 por um laudo e ser obrigado a gastar o mesmo valor de 5 em 5 anos (se não fizer o licenciamento será bloqueado no sistema do Detran), alem de ficar preso a anuidade de R$600,00 de clube, ai já é demais.

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